Quando falamos de aprendizagem, ainda é muito comum observamos
que as pessoas fazem uma associação direta com o universo
infantil, como se a aprendizagem fosse única e exclusivamente um
processo dessa etapa. Quando algumas pessoas acreditam
que apenas na infância a aprendizagem acontece, é como se
estivessem dando ao processo de aprender um tempo estanque de
desenvolvimento ou como se considerassem o aprender como um ato
mágico e instantâneo, passível de ocorrer apenas aos pequenos
seres que ainda acreditam em mágica. Essa visão errônea
da aprendizagem impede que ela seja vista como um processo, como
algo contínuo e crescente, que acontece onde há vida humana,
onde há desejo, onde há espaço para acontecer, independente de idade
cronológica ou de tempo espacial. A aprendizagem acontece onde
há relação, relação de quem aprende com seu próprio conhecimento,
com outras pessoas, com o mundo. Quando há um movimento
interno a partir do vazio do não-saber, com o desejo de preenchê-lo,
estamos num campo em que qualquer um pode aprender e
qualquer um pode ensinar. (p. 67)
Se o sujeito cognoscente, objeto de estudo e atuação da
Psicopedagogia, constrói conhecimento, principalmente por meio de
elaborações simbólicas, é, pois, no campo do simbólico, da imaginação,
do pensamento e no processo d representação do mundo que atua
o psicopedagogo. Essa ação acontece tanto na relação dos sujeitos com
as situações de aprendizagem que se lhe apresentem, quanto na
relação com seus mediadores e com eles mesmos. (p. 32)
O atendimento psicopedagógico é o ato de acolher: aquele que não
sabe que sabe, aquele que não sabe que pode vir a saber e
aquele que não sabe que o não-saber é o requisito necessário
para conquistar o saber. (p. 39)
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