Queixas escolares são mais de dois terços da demanda infanto-juvenil aos psicólogos, em equipamentos públicos de saúde, clínicas-escola e outras clínicas psicológicas. A maioria das respostas dos psicólogos – e dos psicopedagogos – a esses pedidos de ajuda tende a individualizar e patologizar características da própria criança e de sua família, responsabilizando-as pelas dificuldades escolares. Este livro apresenta uma modalidade de atendimento psicológico que pretende preencher tais lacunas: a Orientação à Queixa Escolar, que vem sendo desenvolvida há mais de dez anos no Instituto de Psicologia da USP, com resultados estimulantes. Traz, ainda, diversas reflexões e conhecimentos que têm constituído sua base.
Parte I – Desconstruindo, ressignificando, construindo; Capítulos: 1. Prontuários revelando os bastidores: do atendimento psicológico à queixa escolar; 2. Olhares em foco: tensionando silenciamentos; 3. A constituição do ser humano na relação com o ambiente; Parte II – A Orientação à Queixa Escolar; Capítulos: 4. Apresentando a Orientação à Queixa Escolar; 5. Características da clientela da Orientação à Queixa Escolar: revelações, indicações e perguntas; Parte III – Produções escolares e seu lugar no atendimento; Capítulos: 6. Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita; 7. Uma proposta de olhar para os cadernos escolares; Parte IV – Sociedade, instituição e queixas escolares; Capítulos: 8. Humilhação social: humilhação política; 9. Para cuidar da dor do aluno negro gerada no espaço escolar!; 10. Funcionamentos escolares e a produção de fracasso escolar e sofrimento; Parte V – Políticas públicas em Educação; Capítulos: 11. A construção da escola pública democrática: algumas reflexões sobre a política educacional; 12. Dificuldades de escolarização e Progressão Continuada: uma relação complexa; 13. Pessoas significativamente diferentes e o direito à educação: uma relação atravessada pela queixa; Parte VI– Experiências em Orientação à Queixa Escolar; Capítulos: 14. Por uma clínica da queixa escolar que não reproduza a lógica patologizante; 15. Atendimento em grupo de crianças com queixa escolar: possibilidades de escuta, trocas e novos olhares; 16. Um atendimento em Orientação à Queixa Escolar numa perspectiva winnicottiana: muito além do indivíduo.
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